Essa noite sonhei com um romance em que a personagem principal era a Chiquinha Bonita, talvez a drag mais bela que já vi.
Seu olhar sensato, seus lábios finos sorrindo enquanto deitava-se sob o balcão não saem da minha cabeça.
O que mais me causou espanto é que eu me via como homem. Melhor dizendo, como um rapaz homossexual.
E aquele sorriso natural me despertava, me atraía e eu mal conseguia disfarçar.
Grande loucura porque eu, mulher, sentir esta atração por uma drag queen é, realmente, algo anormal.
Acho que fiquei impressionada com a conversa que meus pais tiveram ontem comigo.
Meu pai sem entender porque nutro tamanho carinho e respeito pelos gays e minha irmã brincando ao dizer que eu ao invés de homens, eu devo gostar de drag que seja lésbica.
Que loucura?!? E desde quando drags são lésbicas? Mas a Chiquinha estava perdidamente maravilhosa ali, deitada sob o balcão como mercadoria barata, mas sua cabeleira loira sempre impôs sedução e poder diante os olhares perdidos na noite da boate.
Ela faz o jogo da sedução melhor que muitas de nós. Alguém narrou em 2001 e transcrevi.
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